Os termos Alergia Ocular e Conjuntivite Alérgica podem ser aplicados com o mesmo sentido. Este tipo de alergia tem algumas peculiaridades em relação a forma como é diagnosticada e como pode ser aplicada a imunoterapia e quais os principais alérgenos desencadeadores deste tipo de alergia.
Há vários tipos de patologia alérgica ocular, basicamente suas diferenças estão relacionadas ao grau de cronicidade, localização na região ocular, ocorrer paralelo a outra patologia alérgica (rinite, asma, bronquite alérgica), ou substâncias que provocam uma reação alérgica do tipo tardia. A única exceção é a síndrome do olho seco.
Estão presentes na conjuntiva normal várias células ativas na fagocitose no processamento e eliminação de antígenos, tais como linfócitos, neutrófilos e plasmócitos. A papila da conjuntiva palpebral contém células inflamatórias inespecíficas e elementos tissulares, além de linfócitos em vários estágios de desenvolvimento no fórnice inferior.
Há dois tipos de mastócitos na conjuntiva, os MCt (que contém triptase), que são linfócitos T dependentes e os Mastócitos MCtc (grânulos com triptase e quinase), que não é dependente de linfócitos T (este tipo predomina).
Nas alergias que envolvem a árvore respiratória ou tecido epitelial o diagnóstico é realizado utilizando o teste de puntura (prick test) e nas alergias epidérmicas utiliza-se o teste de contato (pach test). Estes testes envolvem a presença de IgE específicas que vão desencadear uma anafilaxia no local de aplicação do teste. O teste de sangue usa o mesmo princípio, no entanto, tem uma abrangência menor.
Diferentes partes do corpo apresentam diferentes graus de sensibilidade aos testes. Este fato explica porque a alergia ocular é focal, ou seja, é localizado na região ocular, as IgE tendem a permanecer nesta área, portanto, os testes diagnósticos comuns quase nunca apresentam resultado positivo.
Quando apresentam positivamente é porque a alergia ocular está relacionada a rinite alérgica ou outra alergia respiratória.
O teste é qualitativo, ou seja, vai diagnosticar a alergia ocular e não a quais alérgenos o paciente é sensível. Na prática clínica isso não é um problema, pois já são conhecidos os principais alérgenos.
O diagnóstico definitivo para a alergia ocular é simples e rápido de ser executado:
Após o diagnóstico positivo. É necessário excluir a alergia de contato através de uma anamnese com perguntas simples sobre as atividades que o paciente executa (se trabalha com produtos químicos, usa maquiagem que não seja antialérgica, se mudou algum produto de higiene pessoal recentemente). Sendo positiva a anamnese deve-se recomendar mudar ou deixar de usar estes produtos.
Não existe outra forma de tratar alergia de contato, apenas a exclusão das substâncias que estão causando.
Devido a alergia ocular ser focal, a melhor estratégia é utilizar a avia de acesso mais próxima do local afetado.
Podemos utilizar a via nasa, onde são borrifados alérgenos nas vias aéreas superiores diretamente sobre a mucosa nasal, em baixíssima concentração. O princípio é simples, será estimulada a produção de IgA impedindo que os alérgenos desencadeiem a reação alérgica. A recuperação do paciente é rápida, no entanto, esta via somente altera o curso da alergia enquanto estiver fazendo uso deste medicamento.
Então, concomitante a imunoterapia nasal deve-se iniciar uma imunoterapia sublingual, que gera a tolerância aos alérgenos através do estímulo da produção de IgG4 que funciona impedindo que a IgE desencadeie a reação alérgica, sendo seu efeito de longa duração.
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